Pedi a ausência dos sentidos
E que ocorresse comigo
A nulidade de todos os sentimentos,
Pedi, como quem pede pela vida
O calculismo e a frieza dos pensamentos,
Pedi a morte de um paladar inteiro
Para não sentir o gosto doce do mel
E a preferência pela realidade amarga
Corrosiva, feito fel.
Pedi a cura e o perdão
Por não poder tocar quem se ajoelha
E implorei por uma centelha de amor
Virando fogo a abraçar a quem me ama.
Mas só encontrei o vazio dos espaços
Me enrolando em meus próprios abraços
E me trancando só em minha cama.
Pedi, lúcida da significância dos pedidos
Pálida ao sondar no espelho meu sorriso
Mórbida, a explorar atrás de mim a minha dor,
Pedi a morte, a cabeça em uma bandeja,
Da paixão e do amor.
sexta-feira, 24 de julho de 2009
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