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domingo, 26 de julho de 2009

Despedaçar

Os móveis se despedaçam
Como tudo ao redor,
Enquanto flutua no ambiente
Uma canção insistente
Entre dó e ré maior.
E tudo acontece em um lapso,
Intevalos de tempos pálidos
Em espaços desfigurados.
Não há nada
Além de minha alma desfalecida
E de meu corpo cansado.
Os pedaços de gentes
Que entram, me observam e vão embora,
São agora
Construções de toda a minha revolta e a minha desgraça,
São pedaços
Que entregam suas almas de graça
E transpiram altivas suas farsas.
Que desconhecem suas naturezas e concepções,
E elas estão tão distantes
De meus anseios e minhas emoções.
E olhando daqui
A solidão parece me envolver e me afogar
Me soterrar como avalanche,
E já não posso crer em sonhos e segundas chances
Só posso crer na realidade desse cenário insólito
Mais expressionista que "O grito" de Edward Munch.
Só posso crer na construção Nietzschiana do real e do mundo
Nesses atos absurdos
Nesses falsos personagens,
E que se explodam essas bobagens
E desmaterializem-se essas vontades e representações.

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