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domingo, 28 de dezembro de 2014

O dom de fluir

Só por hoje, gostaria de me abrigar no silêncio,
O silêncio que a muito, aprendi a escutar,
E lá, esquecer tudo o que sinto
Tudo o que inevitavelmente penso,
Esquecer até o quanto sou capaz de amar.
Gostaria, uma vez ao menos,
De me abrigar em mim,
Não temer a dor,
Não temer o amor,
Não confiar em mais nada,
Em nenhuma das coisas que conhecem o fim.
E tomar uma estrada
Cujo caminho não tivesse mais volta,
Fugir, correr ao máximo
E que o sopro de minha alma despedaçada
Fechasse cada porta.
Assim,
Com o coração intocável,
Com o amor inacessível,
Eu gostaria de fluir
E espalhar as minhas dores
Os meus temores
Os meus amores por aí,
Eu gostaria de fugir
De ser eu, por eu mesma,
Então não seria no amor um joguete,
Não seria na paixão uma presa,
Não sentaria mais uma vez à sua mesa
E aceitaria o pouco do amor que você quis oferecer.
Há dias em que acordo
E peço, e choro, imploro,

Quisera Deus pudesse te esquecer.