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segunda-feira, 22 de junho de 2009

Ladrão de almas

Roube,
Minha alma,
Minha vida,
E acabe com essa ausência de respostas.
Roube meus sentidos
Meu tempo
Meus olhos,
Para que eu não veja e vivencie
Tudo aquilo que me dói.
Já vivi muitos momentos
E abracei muitos perigos,
Roube o céu
E todo abrigo,
Mate a minha existência
Em silêncio,
Leve minha respiração
E divulgue sua sentença.

Estranhes

Estranhas são as relações,
Palavras soltas, buscando coerência,
Estranha é a paciência
A lentidão,
A calmaria,
Estranha é essa alegria
Em dispor do que satura.
Incrivelmente estranha é a doçura
De cada passo e cada rua,
E cada boca desgastada,
Depois do amor
Resta mais nada,
Além da estranha lembrança
De algo desconexo que se viveu.
Estranho pensar,
Você,
Eu,
Estradas cruas que divergem,
Palavras nuas que se divertem
Morrem de frio
Ardem em dor,
Entre esses olhos, milhares deles,
Só há desejo,
Não há amor.
Estranho lembrar,
O que é teu rosto?
As suas formas,
Onde elas foram?
Evaporaram das minhas mãos,
Esfacelaram-se,
Inexistiram na emoção.
Graças a Deus,
Não sei quem és
Estranho ser assim tão fria
E mergulhar na alegria
De me livrar desses teus braços,
Corretos são todos os passos
Se forem longe de você.
Escorregando
Perdendo nexo,
Observando
O retrocesso
Da sua boca,
Riso,
Friso,
Da sua verdade.
Estranha é a realidade
A veemência do uso
A carência da lealdade.

Hanna Bizi

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Nada como...

Naquele lago horas inteiras
Sentindo o cheiro da morte,
Quando seus lábios sorvem minha vida
Sinto ter sorte,
Nada como a dor
Como o uso e o abuso das tuas mãos
Do teu corpo que exploro,
Para me fazerem forte!
Na escuridão, imersa em poeira
Sentindo o sabor da tua pele,
Quando seu corpo prende minha alma
Minha mente ferve,
Nada como o vazio, o silêncio,
A doença do teu beijo
A morte dos desejos,
Para me fazerem calculista e fria.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Desejo rubro

Mãos delicadas
Alvas, unhas rubras
Torturando minha pele,
Olhares fixos,
Minha alma ferve
Basta um suspirar.
Lábios profundos
Tomam-me
Fazem-me perder,
Perfume inebriante de torturas
Macia pele
Pura em prazer.
Como uma canção infinita
De acordes em milhares de variações,
Como cores sucintas
Se convertendo em mil e uma gradações.
Braços, que me prendem sem imporem força,
Voz, que me transporta a universos paralelos com sussurros,
Suas pretensões são as melhores, momentâneas,
E seus momentos todos puros.
Nos seus caminhos
Não há perdição ou encontro
Não há herege ou santo
Há o silencio e o nada,
Dois corpos despidos
Nascidos
Da plena madrugada.

Inexiste



As cores vivem,
Esse gosto de morte
Fui somente eu quem provou.
As emoções morrem em mim
E vivem em outros lugares
E cantam o amor,
A vida se propaga em sons milhares
Em ondas sussurrando cores,
Em letras
Escrevendo amores
Em horas
Regulando o tempo,
Enquanto morrem minhas esperanças
E almas cheias de lembranças
Adentram meu pensamento.
O céu tem cheiro de morte,
O lago escuro
Cor de morte fresca,
O amor é então inexistente
Em minha vasta mente
Em minha cabeça.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Caleidoscópio

Porque dor?
Se tudo não passou de uma grande brincadeira?
Como bebida além da conta
Em qualquer sexta-feira,
Como um passa tempo?
Porque manter sua lembrança
Em meu pensamento?
Porque dor?
Se posso controlar os meus desejos?
Se não foi dos melhores que provei
Esse seu beijo,
Se excluir é fácil e sei como fazer?
Porque me preocupar
Se não amo você?

Venha

Venha,
Acalentar meu coração,
Escute minhas preces
Em alguma estação
E venha para meus braços
Na próxima embarcação.
Venha
Com as cores de seus olhos
Que ainda desconheço,
E dê-me dessa vez
O amor que mereço
Que só vem de você.
Venha,
Me ensine o que é perder o fôlego
Me ensine o que é querer,
E se não souber do amor
Te ensinarei como fazer.
Venha ver comigo
O céu perder a cor em ínfimo momento
E as cores adentrarem seu vasto pensamento
Enquanto o amor acontece,
Venha, que faz frio
E espero por você.
Venha, de onde não sei
Que seja logo o quando,
Venha meu amor
Que estou te esperando,
Para enlaçar meu cansaço
E te prender em meus braços.

Matéria



Cansada,
Um corpo sem alma
E sem sentimentos,
Não grito, não falo,
E não me lamento,
Apenas inexisto,
Nesses momentos.
Amontoado de matéria
Que ri e que sofre
Que anda a cidade,
Em minha cabeça doída
Não há dor, esperança ou saudade.
Cansada,
Prefiro a máquina fria,
A coisa humana já não me engana
Só me silencia.
Escorada na janela dos meus medos,
Eu desejo estar sozinha
Moro em um deserto imenso
A vontade é a vizinha,
E transforma o que penso
Em matéria negra e fria.

Ótica

Estranhas são as relações,
Palavras soltas, buscando coerência,
Estranha é a paciência
A lentidão,
A calmaria,
Estranha é essa alegria
Em dispor do que satura.
Incrivelmente estranha é a doçura
De cada passo e cada rua,
E cada boca desgastada,
Depois do amor
Resta mais nada,
Além da estranha lembrança
De algo desconexo que se viveu.
Estranho pensar,
Você,
Eu,
Estradas cruas que divergem,
Palavras nuas que se divertem
Morrem de frio
Ardem em dor,
Entre esses olhos, milhares deles,
Só há desejo,
Não há amor.
Estranho lembrar,
O que é teu rosto?
As suas formas,
Onde elas foram?
Evaporaram das minhas mãos,
Esfacelaram-se,
Inexistiram na emoção
Graças a Deus,
Não sei quem és
Estranho ser assim tão fria
E mergulhar na alegria
De me livrar desses teus braços,
Corretos são todos os passos
Se forem longe de você.
Escorregando
Perdendo nexo,
Observando
O retrocesso
Da sua boca,
Riso,
Friso,
Da sua verdade.
Estranha é a realidade
A veemência do uso
A carência da lealdade.