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domingo, 24 de maio de 2009

Algo esquecido




Aquela que amei, morreu,
Sem que me avisassem
Ou convidassem para o enterro,
E eu aqui fiquei, esperando-a,
Durante um dia de inverno inteiro,
Minha alma rogando-a,
Sussurante, baixa,
Que viesse me aquecer.
E foi quando busquei sua alma
Que pude perceber
Ela já não era a mesma,
Fria, intacta, imóvel e morta,
Já não era mais aquela
Que outrora batera em minha porta
Carregada de sonhos e amores,
E seus olhos vítreos, vazios
Cantavam canções fúnebres
Gritavam horrores,
Imploravam que minha alma fosse escrava
E que ela jamais fosse esquecida.
Dei de ombros, fria, machucada,
Esfolei as mãos nas paredes das esquinas
Repeti mil vezes as promessas não cumpridas,
A deixei em sua lápide
Me rasguei para dar partida
Esqueci com ela o gosto, o sabor
A minha vida.

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