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segunda-feira, 8 de junho de 2009

Ótica

Estranhas são as relações,
Palavras soltas, buscando coerência,
Estranha é a paciência
A lentidão,
A calmaria,
Estranha é essa alegria
Em dispor do que satura.
Incrivelmente estranha é a doçura
De cada passo e cada rua,
E cada boca desgastada,
Depois do amor
Resta mais nada,
Além da estranha lembrança
De algo desconexo que se viveu.
Estranho pensar,
Você,
Eu,
Estradas cruas que divergem,
Palavras nuas que se divertem
Morrem de frio
Ardem em dor,
Entre esses olhos, milhares deles,
Só há desejo,
Não há amor.
Estranho lembrar,
O que é teu rosto?
As suas formas,
Onde elas foram?
Evaporaram das minhas mãos,
Esfacelaram-se,
Inexistiram na emoção
Graças a Deus,
Não sei quem és
Estranho ser assim tão fria
E mergulhar na alegria
De me livrar desses teus braços,
Corretos são todos os passos
Se forem longe de você.
Escorregando
Perdendo nexo,
Observando
O retrocesso
Da sua boca,
Riso,
Friso,
Da sua verdade.
Estranha é a realidade
A veemência do uso
A carência da lealdade.

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